No PAT Band, moradora de rua reencontra irmão que não via há 25 anos

Daniel, Luciene e Romário são os protagonistas de uma história inusitada que aconteceu no PAT Band, o posto de apoio ao trânsito da CET vizinho à Ponte Eng. Ary Torres, embaixo da qual vivia a moradora de rua Luciene Borges dos Santos. Sem saber ler nem escrever, no dia 8/03, ela se dirigiu ao PAT solicitando ao vigilante do local que escrevesse o nome dela, “Luciene”, num papel, queria dá-lo a um homem que prometeu ajudá-la a encontrar sua família na Bahia – detalhe: a última vez que Luciene esteve na BA foi na Copa do Mundo de 1994; naquele ano, sua mãe estava grávida de um menino.

Encontro entre Luciene e seu irmão Romário Comovido com a cena, o assistente administrativo, Daniel Reis de Santana (52 anos e há 22 na Companhia), se ofereceu para ajudar. “Voltava do almoço quando vi a moça interpelando o vigia. Disse que não queria dinheiro, de repente, começou a chorar na minha frente. Falou: ‘Se puder, quero ajuda pra voltar para casa’. Como cristão, senti no fundo do meu peito que eu deveria fazer algo”, conta.

E fez: com o nome e o antigo endereço da moradora de rua em Amargosa (cidade no interior da Bahia com cerca de 37.000 habitantes), Daniel localizou pela Internet a Rádio Vale FM de Amargosa, que estava ao vivo no momento, e contou toda a história ao locutor por telefone.

Resultado: em instantes, uma irmã de Luciene ouviu e fez contato. Descobriu-se que o menino que iria nascer em 1994, ou seja, o irmão delas, Romário, é morador da cidade de São Paulo. Acionado, ele foi ao encontro da moradora de rua no PAT Band ao final daquele mesmo dia e a levou para casa.

A equipe do PAT Bandeirantes, sensibilizada com o desfecho emocionante do caso, se mobilizou e resolveu fazer mais: doou roupas e sapatos para Luciene, além de arrecadar dinheiro para uma passagem de avião, o que possibilitou o regresso de Luciene dos Santos à Bahia. Em Amargosa, ela voltou ao convívio familiar após 25 anos.

Fotos: PAT Band/GET MB